22 de dezembro de 2013

Aos amigos-anjos


Ultimamente tenho me emocionado toda vez que penso sobre amizade. É difícil perceber que o momento da separação se aproxima. Tantas risadas e lágrimas, emoções vivenciadas e conversas jogadas fora. Tantas vezes que algum problema falou mais alto e bastou um abraço para calá-lo. Tantos sonhos compartilhados. Tantos questionamentos que ainda não respondemos e outras tantas coisas que descobrimos juntos. Quantos pedidos de socorro seguidos por alguém segurando sua mão ao dizer: "eu estou aqui".  

Neste ano, sobrevivemos à pressão do vestibular, às inseguranças em relação ao futuro e a tantas crises e dores, que ponho-me a pensar se conseguiríamos superar tudo isso se não tivéssemos amigos por perto. Sem essas pessoas com quem não temos nenhum laço de sangue, mas que no decorrer dos últimos três anos acabaram tornando-se nossa segunda família.

Agora, o futuro bate à porta e temos que olhar para frente. Cada um vai seguir seu caminho e a nova rotina, os novos amigos, as novas risadas e os novos abraços vão tomar nossos dias e, em pouco tempo, o que vivemos juntos serão apenas lembranças.

Alguns serão como o vento, porque seguirão caminhos diferentes, mas o frescor de sua amizade acariciou nossas almas em algum momento. 

Outros serão como as estrelas, porque mesmo depois de irem embora, deixarão sua luz por muito tempo, e para quem diremos um "adeus e boa sorte".

E por fim, há aqueles que são como os anjos, que cuidam e protegem, para quem não há mais nada a dizer senão: "fique o quanto quiser". Aqueles com quem vivenciamos algo sublime, mágico, difícil de explicar. Que nos entendem com um olhar, que nos ajudam em momentos difíceis, que choram quando a dor nem é deles. Que fizeram com que nos sentíssemos invencíveis em meio a esse mundo tão infame. Que permanecem calados ao nosso lado nos fazendo bem só pelo fato de estarem ali. Esses sim, sabemos que ficarão pra vida toda ou, no mínimo, por muitos e muitos anos.

Li uma vez que a amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente. E não encontrei outra definição mais verdadeira. Por isso, agradeço aos amigos-anjos. Pela sintonia, admiração, confiança, lealdade, cumplicidade e afeto. Por saber que esses não irão embora tão cedo. E por essa relação linda chamada amizade, que, como diria Mário Quintana: é um amor que nunca morre.

31 de agosto de 2013

Paixões que nos movem


A vida sem amor não é nada. E não me refiro ao amor entre um casal, mas sim àquele que tem o poder de te deixar feliz mesmo estando sozinho. Afinal, o que nos faz levantar da cama todos os dias e enfrentar as lutas de sempre?

No meu caso, é a paixão pelas palavras. Desde pequena gostava de folhear livros e imaginar o que aquele conjunto de letrinhas queria dizer. E é engraçado porque hoje não consigo imaginar como é não saber ler. Minhas amigas me achavam estranha porque aos nove anos li o meu primeiro livro "de verdade". Aqueles sem figuras. Até aí, tudo bem. O estranho para elas é que ele tinha quase duzentas páginas e eu o devorei em dois ou três dias. Mas esse era só o começo. Desde então sempre que posso estou admirando os livros nas bibliotecas e livrarias e sofrendo por não poder ler todos que tenho vontade (quem é leitor me entende!). Nada melhor que mergulhar em uma história tão diferente da minha e conhecer personagens que tocam e emocionam. Posso dizer com orgulho que em uma vida, vivi várias. Prazeres que os livros nos proporcionam.

Junto com os livros veio a paixão pela escrita. Desde sempre sou completamente apaixonada por palavras. Ainda tenho um papel que comprova que isso também veio da infância. O que uma criança faz durante as férias? A resposta é óbvia: elas brincam. E é verdade, brinquei muito mesmo. Mas uma vez cansei de brincar e falei para minha mãe: "Por favor, fale alguma coisa para que eu escreva sobre ela!" E foi assim. Em uma folha e meia inventei alguma história boba que aconteceu dentro de um circo. Hoje já não faz nenhum sentido mas lembro da sensação boa que aquilo me trouxe na época.

E é essa paixão que me faz viver. Meu sonho de ter uma biblioteca em casa e viver no meio dos livros. De escrever e ter um público que goste da minha visão do mundo. De ter livros meus por aí e que eles despertem nas pessoas o amor despertado em mim.

Tem também a paixão pelos meus amigos, minha família. Pessoas que me fazem feliz e que também acreditam nos meus sonhos. Que sem ao menos perceber mudaram quem eu sou por deixarem um pedacinho delas comigo. Que me alegram e me fazem querer estar perto delas. Nada é melhor que estar perto de quem a gente ama.

Fora a vontade de conhecer o mundo. Pisar na terra da rainha, ver a Torre Eiffel de pertinho, tocar a neve, passear pelas ruas de Nova York, andar em Brighton, admirar as construções da Itália. Conhecer culturas diferentes e entender que o mundo é muito maior do que parece. Nada mais enriquecedor para a alma do que isso.

É isso que me move. Meus sonhos, os livros, as pessoas. Não só grandes inspirações como Fernando Pessoa, Drummond e Cecília Meireles, mas também as que estão ao meu redor e fazem parte de mim. Parando para pensar bem, o conjunto de tudo isso é que é a minha grande e maior paixão: a vida.

10 de julho de 2013

[Lista] - 6 razões para gostar de ler


Como eu sei que nem todo mundo gosta de ler, resolvi listar algumas razões que podem servir de incentivo para quem ainda não tem esse hábito que além de muito prazeroso, só traz benefícios.

01. Tenha mais assunto
Quanto mais você lê, mais assuntos você domina e sabe falar sobre. Por exemplo: quando eu tinha 10 anos, nunca tinha tido aula sobre a 2ª Guerra Mundial, mas mesmo assim sabia conversar sobre o assunto, porque já tinha lido O Diário de Anne Frank, onde aprendi muito sobre a guerra e o sofrimento dos judeus.

02. Tem sempre alguém que te entende
Seja o autor, um dos personagens ou alguém que gosta do mesmo livro que você. Uma das melhores sensações para mim é quando estou lendo e encontro aquilo que penso/sinto em um parágrafo. E melhor ainda é quando acho uma pessoa que gosta do mesmo livro que eu. Isso rende horas e horas de discussão sobre a mesma coisa: opinião sobre o fim da história, qual o personagem preferido, etc. (E olha o tópico 1 aqui de novo!) 

03. Conhecimento nunca é demais
Cada livro nos traz uma história diferente e podemos tirar proveito de todas elas. Não importa se você está lendo sobre a guerra, alguém com câncer, um defunto autor, a vida no circo ou uma menina que perdeu os pais ainda pequena. Sempre há algo novo para aprender e os livros estão aí para isso!

04. Viaje sem sair do lugar
Além de um ótimo método de relaxamento e excelente forma de trabalhar a imaginação e a criatividade,  a leitura pode te levar para lugares onde você nunca esteve antes. Por exemplo: no livro que estou lendo os personagens vivem em Siena. Nunca estive na Itália antes, mas quando leio parece que consigo até mesmo respirar os ares de lá e viajo imaginando as lindas construções que a autora descreve.

05. Vocabulário
Não adianta. Só fala e escreve bem quem lê. É bem mais fácil se expressar quando se tem conhecimento sobre um maior número de vocábulos. E também fica bem mais fácil escrever uma palavra quando você sabe que já a viu em algum lugar antes. Isso pode parecer bobeira, mas em uma entrevista de emprego ou qualquer outro ambiente mais formal, falar e escrever corretamente é essencial.

06. O mundo precisa de pessoas que pensam
Além de nos ajudar a criar uma opinião própria sobre determinado assunto, um livro nos faz aprender a pensar e questionar o que está ao nosso redor. De pessoas que agem e pensam sempre igual, o mundo já está cheio. Lembre-se: nunca é tarde para mudar e aprender a pensar por si mesmo.

É isso. No começo é mais difícil, mas depois de alguns bons livros é impossível parar de ler. Tentei colocar coisas que sei por experiência própria, usando exemplos que eu mesma vivenciei. Espero que tenha conseguido dar um empurrãozinho em quem ainda não tem esse hábito maravilhoso. Livros só trazem coisas boas, gente! :)

Ah! Quem tiver alguma outra boa razão para gostar de ler e quiser compartilhar, é só colocar aqui nos comentários. 

7 de julho de 2013

Os Diários de Carrie | Candace Bushnell


Nunca assisti a um episódio da série Sex and the City, mas quando soube do que se tratava Os Diários de Carrie fiquei muito interessada e louca para ler o livro. Primeiro, porque ao ler a sinopse me identifiquei de cara com a protagonista. E segundo, porque sempre tive vontade de viver minha adolescência nos anos 80, com todas aquelas bandas legais que confesso ouvir por influência dos meus pais.

Neste livro conhecemos a história de Carrie Bradshaw, uma adolescente que mora numa cidade do interior, está no último ano do ensino médio e sonha em se tornar uma escritora famosa e se mudar para Nova York. Conhecemos também a vida e os dramas de seus melhores amigos, personagens secundários tão bem construídos e de suma importância ao desenrolar do livro. Carrie e seus amigos são inseparáveis, até que Sebastian Kydd, um cara lindo e muito charmoso, chega e agita tudo à sua volta.

Candace Bushnell escreve de forma deliciosa, de um jeito que é impossível terminar um capítulo e não querer ler outro e mais outro. Acabei lendo mais da metade do livro em uma noite por conta disso.


Os personagens secundários também têm vários problemas e, digamos, vida própria. Apesar de a protagonista contar a história, não é só o que acontece com ela que vemos. Foi incrível perceber o rumo que as coisas tomaram e como foi que a história terminou para cada um deles. Mouse, a amiga tão inteligente e esperta, e Walt, o amigo sensível, gentil e fofo, foram dois dos personagens que mais me conquistaram e me fizeram torcer por eles. Já Carrie é uma garota forte e decidida. Enquanto seu sonho de ser escritora não se torna realidade, ela aceita desafios e se dispõe a fazer coisas que nunca havia pensado fazer antes para conseguir o que tanto quer. Conforme acompanhamos seus relacionamentos e crises, percebemos seu amadurecimento e crescente confiança quanto à própria escrita.

“Depois de algum tempo, subi as escadas e peguei a caixa com minhas velhas histórias, e tentei me confortar imaginando um futuro melhor, onde eu moraria em Nova York e escreveria livros e teria uma vida completamente diferente. Imaginei meu futuro como uma joia enterrada dentro de mim, de onde não podia ser roubada nem se eu ficasse presa em Bralcatraz pelo resto da vida.” Pág 295
O único ponto negativo e que me irritou um pouco (razão de eu não ter dado 5 estrelinhas lá no Skoob) foi como Carrie ficou depois que Sebastian entrou em sua vida. É verdade que gente apaixonada fica meio cega e não percebe o que acontece ao seu redor, mas eu sabia que ela tinha potencial para ser – e merecer – muito mais que aquilo. Ainda bem que no fim tudo se ajeitou e eu pude reconhecer a personagem de quem tanto gostei e me identifiquei. 

No final do livro a autora foge do clichê e nos prova que é um tanto quanto feminista, fato que me agradou muito.

Não é o tipo de obra que vai mudar sua vida, mas é uma leitura gostosa e divertida, capaz de te levar a uma montanha-russa de emoções.

P.S.1: A capa é absurdamente linda e chamativa, fiquei apaixonada!
P.S.2: Achei que o livro e a série fossem mais parecidos, mas fiquei bem surpresa com a diferença dos enredos. A essência é a mesma, mas o restante é bem diferente. 

Editora: Galera Record
Autora: Candace Bushnell
ISBN: 9788501087171
Páginas: 399

3 de julho de 2013

A Culpa é das Estrelas | John Green


Não é à toa que A Culpa é das Estrelas fez (e faz) tanto sucesso. Depois de ler tantas resenhas do livro e ouvir muitas pessoas comentando sobre, finalmente pude ler e até agora não encontrei uma palavra que possa descrever o que eu senti enquanto lia e, melhor ainda, o que eu senti quando terminei de ler. Um vazio; uma vontade de voltar no tempo e poder ler tudo de novo como se já não soubesse o final.

Hazel Grace é uma garota de 16 anos que tem câncer nos pulmões. Ela frequenta um grupo de apoio a crianças com câncer para agradar sua mãe e em um dos encontros do grupo ela conhece Augustus Waters, um jovem de 17 anos lindo - muito lindo! - que perdeu uma das pernas para o câncer e agora usa uma prótese. E é aí que toda a história começa.

Preciso dizer que desde o começo os personagens me conquistaram. Hazel Grace por ser tão realista e em nenhum momento ter tentado fazer com que alguém sentisse pena dela. Pelo contrário. Ela tinha consciência de si e da sua doença mas não queria que sentissem dó ou coisa parecida. Hazel sempre foi muito forte, mais por sua família do que por si mesma, deixando bem claro para o leitor todos os seus medos e inseguranças. Já Augustus me conquistou apenas por ser o Augustus. Um personagem irônico, engraçado e apaixonante, que tinha medo de morrer e ser completamente esquecido, sem deixar sua marca no mundo.

Com personagens muito bem construídos e uma narrativa simples e gostosa, este é um livro que te faz rir e chorar ao mesmo tempo, que te faz parar para pensar sobre o real sentido da vida e o que é importante de verdade. Ele não é só sobre câncer (que aliás, é tratado de maneira simples, para que todos possam entender); é também sobre o amor, a amizade e a família.

É bem difícil falar sobre a história e tentar explicar o que ela me fez sentir, mas Hazel definiu exatamente o que eu sinto ao pensar em A Culpa é das Estrelas quando definiu o que sentia sobre seu livro preferido:

"Às vezes, um livro enche você de um estranho fervor religioso, e você se convence de que esse mundo despedaçado só vai se tornar inteiro de novo a menos que, e até que, todos os seres humanos o leiam. E aí tem livros como Uma Aflição Imperial, do qual você não consegue falar - livros tão especiais e raros e seus que fazer propaganda da sua adoração por eles parece traição." págs 36 e 37
Recomendo esse livro para quem quer que seja, porque todo mundo merece o prazer de conhecer esta história maravilhosa, com personagens tão reais e incríveis que permanecem vivos em nossas mentes até bem depois da última página, como se tivessem existido de verdade.

Ah, John Green! Eu leria até a sua lista de compras de supermercado! 

Editora: Intrínseca
Autor: John Green
ISBN: 9788580572261
Páginas: 283

1 de maio de 2013

Água para Elefantes | Sara Gruen




Jacob Jankowski é um senhor de 90 ou 93 anos, rabugento e implicante, que mora em um asilo e sofre com os males da velhice. Ele se lembra muito bem de sua juventude e é assim que a história é apresentada ao leitor: Jacob conta como conheceu os três amores da sua vida — O circo, Marlena e Rosie.

Aos 23 anos, Jankowski estava terminando a faculdade de medicina veterinária mas no dia das provas finas recebe a notícia de que os pais morreram em um acidente de carro; é então que ele decide abandonar os estudos e fica andando sem rumo até pular em um trem em movimento, onde, ele descobriria mais tarde, viviam os artistas e trabalhadores do circo Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra. É aí que ele é apresentado a Marlena, a encantadora esposa de seu patrão e estrela do número dos cavalos, por quem se apaixona perdidamente. É também sob as lonas do circo que ele conhece Rosie, a estúpida e doce elefanta. 

No começo o livro não conseguiu me prender e eu acabei abandonando a leitura por semanas, mas depois de um certo ponto eu não conseguia largá-lo, porque queria saber o que aconteceria com as personagens. Confesso que me apaixonei mais pela doçura de Rosie do que pela história do casal principal e a autora conseguiu aumentar ainda mais a imagem que eu tinha de elefantes: animais com uma sensibilidade e doçura tão grandes quanto seu tamanho físico. Adorei a forma que Sara abordou temas como a violência contra os animais e o tratamento que geralmente é dado aos idosos (isso chegou a me revoltar, pois de certa forma a família simplesmente esquece de Jacob depois que ele envelhece).

Quanto à linguagem, durante as primeiras páginas eu fiquei chocada com o tanto de palavrões que são citados pelas personagens, mas depois acabei entendendo que isso serviu para situar o leitor ao ambiente do enredo e deixá-lo mais real. Com um final um tanto quanto surpreendente, não chorei com a história (apesar de ter sofrido junto com Jacob em alguns momentos), mas sim com a nota da autora, onde ela fala sobre as duas elefantas que a inspiraram a escrever o livro.

Água para Elefantes é uma obra no mínimo tocante, que merece ser lida por todos aqueles que, assim como eu, gostam de romance e têm um grande amor por animais.

Editora: Arqueiro
Autor: Sara Gruen
ISBN: 
9788599296158
Páginas: 272